quinta-feira, 23 de abril de 2009

Mundaka

Lingua: Português
Editora: Parma, SP
Autor: José Augusto de Aguiar Costa
Ano: 1995
Nº de páginas: 88
Medidas: 20 X 13
Encadernação: Brochura
Ilustração: Fotos e ilustrações em P/B.
Assuntos abordados na obra: Achei mais uma obra do surfista Zé Augusto que em cada linha escrita nos ajuda a desvendar o mistério que leva um ser humano equipado com uma frágil prancha a desafiar o mar e sua manifestação mais radical, as ondas.
"Mundaka é um romance de amizade e amor em que o surfe desempenha um papel fundamental: são as ondas que dão um sentido à vida de seus personagens principais, os amigos paulistanos Victor e Lucas. Os amigos que serão separados, mas encontrarão no surfe um alicerce fundamental para não sucumbirem às derrotas da vida.
O romance é meio autobiográfico, trazendo um pouco das experiências e sonhos de surfe e juventude (na virada dos anos 80 para os 90) do jornalista e professor de redação paulistano, Zé Augusto de Aguiar.
Zé Augusto - colaborador de longa data da Hardcore (este mês estreia a seção "Mitos" na revista) - ambienta parte deste romance em Mundaka, pequena aldeia no país basco, Espanha, para onde foge o protagonista, Victor, depois de uma grande desilusão. Mas ali, junto de um povo formidável e da melhor onda da Europa, ele reencontrará a alegria de viver."

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Fôlego

Lingua: Português
Editora: Argumento, SP
Autor: Tim Winton
Ano: 2008
Nº de páginas: 256
Medidas: 21 X 14
Encadernação: Brochura
Assuntos abordados na obra: Aclamado pela imprensa internacional, como o The New Yorker e a The Economist, e comparado a Faulkner e Twain, o australiano Tim Winton estréia no Brasil com Fôlego. O livro surpreende pela combinação da aparente leveza do tema – adolescentes fascinados pela descoberta do surfe – com um duro e impiedoso olhar sobre os ritos de passagem para a vida adulta.
Ambientado na Austrália dos anos 1970, e tendo como pano de fundo a virada de costumes e valores que marcou a época, Fôlego conta a história de Bruce Pikelet, filho único de um casal pacato. O menino tem uma habilidade especial com a água, sempre testando os limites da resistência sem respirar, e se torna amigo do encrenqueiro Loonie, um ano mais velho, com quem vive uma relação de admiração e de secreta competição. É uma dupla clássica dos romances de formação: amigos de temperamentos opostos que se complementam, e Tim Winton os retrata com uma maravilhosa sutileza, dizendo mais pelo que omite do que pelo que conta. Entramos no coração do romance quando ambos conhecem um ex-surfista profissional, Sando, que vive com a companheira, Eva, numa casa isolada, com um cachorro, uma velha Kombi, cheiro de maconha e pranchas de surfe – é um cromo perfeito do ideário alternativo de um tempo que passou.
A relação de Sando com o surfe é carregada de uma mística secreta. Ele procura os locais mais inóspitos e perigosos para iniciar seus discípulos – porque ele vai se tornando uma espécie de guru – num perigoso teste dos limites humanos. Tematicamente, o culto da vida natural que transparece em vários momentos se aproxima mais da literatura de Ernest Hemingway, até pela linguagem enxuta, do que de um eventual sopro oriental que foi a marca dos anos 70. Detalhe fundamental, toda a perspectiva do romance se faz pelo enquadramento do olhar adulto: o narrador relembra fatos de quarenta anos antes. Ficamos sabendo pouco desse homem maduro, mas o pouco que ele nos diz em sua bela narrativa é suficiente para sentir o peso e o abalo de um inesquecível rito de passagem, como se ele mesmo ainda lutasse para compreender o sentido do que viveu.